
IRACEMA
SER MULHER E SER MÃE
NA ATUALIDADE
IRACEMA DE ALENCAR
Iracema é aquela famosa história da "virgem dos lábios de mel", quem nunca ouviu falar?
O livro foi lançado em 1865 por José Martiniano de Alencar (1829-1877), um político da ala conservadora do Segundo Reinado, que, inclusive, defendia a escravidão! Mas, além disso, também era escritor, e foi assim que é conhecido e relembrado até hoje.
Bom, é importante salientar que o livro é um ROMANCE INDIANISTA brasileiro, fase esta desenvolvida principalmente por Alencar, que também fora responsável por outros sucessos, como "Ubirajara" (cujo enredo representava a vida dos indígenas antes do contato com os europeus) e "O Guarani" (que mostrava a colonização em seu estágio avançado). O livro "Iracema" foi o segundo livro dessa trilogia indianista, e representou o início do contato entre BRANCOS e AMARELOS e a formação mitológica do Estado do CEARÁ.
O que é foi o Romantismo Indianista? Foi um período marcado do século XIX pela valorização do território, com um forte tom nacionalista - buscando ressaltar o que o Brasil tinha de melhor a fim de criar uma identidade nacional sólida -, que buscava no indígena a referência de herói do passado, realizando aqui o papel do cavaleiro medieval. Desta maneira, foram atribuídas ao índio algumas características para que cumprisse esse papel de guerreiro nativo: a coragem, a força, a determinação, a nobreza espiritual e a fidelidade com os costumes e com a terra.
Iracema era a perfeita idealização de uma mulher indígena: "a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira."
Ressalta-se que, durante todo o enredo, o autor a caracteriza com muito zelo e cautela, para que seja atingido todo o pensamento de indígena heroico e idealizado.
Tal enredo é considerado a formação mitológica do Ceará, pois as tribos citadas no livro são daquela região, além disso, alguns personagem realmente existiram.
A índia estava na floresta quando foi surpreendida por um barulho... Ao se assustar, Iracema atira uma flecha, atingindo um desconhecido e, poucos segundos depois, a mesma se arrepende e vai logo prestar socorro ao homem, um colonizador português chamado Martim.
Iracema e Martim se apaixonam e se envolvem em algumas situações complicadas, surgindo alguns problemas de ordem moral para Iracema, uma indígena da tribo dos Tabajaras, cujo dever é guardar o segredo de Jurema...
Autor: Heitor Felippe Filho